O que é depressão!
Por incrível que pareça ainda há quem diga que é frescura, falta do que fazer ou doença de rico! Triste cenário... Depressão é uma doença Psiquiátrica séria e que deve ser tratada com muito respeito e cuidado por Psiquiatras e Psicólogos em conjunto. Psicoterapia e medicação andam lado a lado nesse contesto para melhorar a qualidade de vida do paciente.
Ao contrário do que muitos pensam a Depressão não é uma doença moderna ligada aos novos tempos, ela na verdade é muito mais antiga que se possa imaginar, porém ganhou maior notoriedade no século XIX quando foi denominada com o termo DEPRESSÃO, (Goodwin, Jamison, 2010).
É de estrema valia um diagnóstico correto para que a medicação possa fazer o efeito esperado, lembrando que tristeza é um sentimento comum que qualquer pessoa está propensa a passar ela dura um ciclo variável e desaparece, ou seja, a pessoa consegue dá andamento a sua vida e projetos sem perdas significativas conseguem seguir seu plano de vida, já a depressão apresenta fatores com maior intensidade e tempo podendo colocar a vida do indivíduo em risco, uma vez que o numero de suicido ligado a tal doença é grande e cresce a cada dia Mundialmente.
Como distinguir tristeza da Depressão?
Tristeza é um sentimento universal, natural e fisiológico que pode acontecer em qualquer momento da vida com qualquer pessoa sem que prejudique o andamento da sua vida cotidiana. É natural se sentir triste e vivenciar a situação que levou a tal sentimento só assim haverá modificações e crescimento pessoal e emocional.
Já a depressão é uma sensação de tristeza profunda que pode comprometer significativamente as funções mentais e globais do indivíduo. Existem diversas tipos de depressão e para cada uma há um tratamento especifico, ou seja, o que funciona muito bem para o paciente A pode não ter nenhum efeito para o paciente B, isso porque a depressão é de tamanha complexidade que não se pode jamais globalizar sensações emocionais e efeitos medicamentosos e colaterais.
Vamos falar aqui somente da Depressão Maior:
Segundo (Rush, 2007): A depressão maior pode ser apresentar das seguintes maneiras.
Características melancólicas - em que predomina a perda de prazer, a falta de reação, a estímulos antes agradáveis, o despertar matinal precoce, a piora da depressão pela manhã, a culpa excessiva ou inadequada, a falta de apetite ou a perda de peso significativa.
Características atípicas – o portador consegue reagir positivamente a estímulos bons, tem aumento de apetite e peso, fadiga, aumento de sono, sensação de peso nas pernas ou braços (paralisia de chumbo) e sentimentos excessivos de rejeição.
A depressão pode ser sazonal, marcada pelo aparecimento em uma época especifica do ano, outono/inverno (sazonal de inverno), primavera/verão (sazonal de verão) e pós-parto (ocorre após o parto).
Ainda com base na qualidade e quantidade dos sintomas (DSM-5 2013), a depressão pode ser classificada em graus, leve, moderado e grave. Ela pode manifestar muitos sintomas físicos e ser comum na população idosa, o que pode, em algumas situações, dificultar o diagnóstico, conhecida como depressão mascarada (Lacerda et al, 2009).
Em casos de depressão recorrente nunca é manifestado episódios de mania ou hipomania no indivíduo, a denominamos de “depressão unipolar” que caracteriza o transtorno depressivo recorrente (DSM-5 2013).
Diagnóstico: Não há um exame especifico para identificar a doença e seu grau, portanto a fala do paciente deve ser explorada ao máximo e o ouvinte deve ter atenção redobrada levantando todos os questionamentos que achar pertinente inclusive: sobre o histórico de doenças psiquiátricas familiar, situações de grande estresse, o uso de drogas e substâncias ilícitas e a correlação com outras doenças já existente.
No comportamento do indivíduo deprimido pode ocorrer rebaixamento de humor, redução da energia, diminuição da atividade e capacidade para o prazer, interesse e da concentração e queixas de cansaço. O sono pode estar diminuído ou em excesso e com a sensação de não ter sido repousante. Há inibição geral das funções, lentidão, pobreza da fala e dos movimentos, ombros caídos e andar com sacrifício, desleixo pessoal, autoestima reduzida e, muitas vezes, com idéia de culpa ou inutilidade (Lacerda et tal, 2009). O humor depressivo varia pouco de dia para dia, é indiferente às circunstâncias e pode ser acompanhado de perda de interesse e prazer, lentidão psicomotora pela manhã, agitação, perda ou aumento de apetite, de peso e da libido. O indivíduo deprimido apresenta grande sofrimento e suas vivências são sentidas como um grande peso marcado pelo pessimismo (CID10: Juruena et tal, 2011). A depressão também pode afetar crianças e adolescentes e, nesses casos, os sintomas são atípicos como, por exemplo, aumento da irritabilidade e do sono.
Atenção: As manifestações não são iguais para todos os indivíduos, mas os sintomas mais comuns são (Lacerda et al, 2009; Juruena et al, 2011).
Sensação persistente de tristeza, angústia e/ou vazio; desânimo; e choro; desesperança e pessimismo; perda da capacidade de sentir prazer; inquietação, ansiedade, irritabilidade; falta de sentindo na vida; insegurança, medos e indecisões; baixa autoestima; diminuição de libido; perda ou aumento do apetite e peso; insônia ou sonolência excessiva; dores crônicas ou sintomas físicos difusos e persistentes; preocupação com doenças; delírios e alucinações em casos graves; pensamento sobre morte e suicídio; plano ou tentativa de suicídio.
Segundo, (Lecrubier, 2000). Os principais riscos associados à depressão são: A falta de reconhecimento da doença ou a dificuldade de buscar auxílio profissional.
Busca incessante por causas, por outras doenças ou explicações orgânicas para o mal-estar, desencadeando uma conseqüência de consultas e exames complementares.
O inverso também ocorre, que é a busca contínua de justificativas psicológicas para os sintomas depressivos e a negação de que os sintomas possam ter origem orgânica.
A idéia equivocada de que o suicídio é a única saída para o problema e o aprofundamento desses pensamentos em plano estruturados, tentativa ou mesmo o suicídio consumado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRATA
IPQ
ABP
Vivian Ingrid Ignácio
Psicóloga CRP 06/118373
Contato: (11) 98132-1140